segunda-feira, 18 de julho de 2011

Agricultura familiar: Quem não vive dela, depende dela para viver

O Plano Safra 2011-2012 é o resultado do acúmulo do processo de negociação, da capacidade de mobilização e de enfrentamentos do conjunto dos movimentos sociais do campo juntamente com a equipe de governo.

O lançamento do Plano é um momento para celebrarmos as grandes conquistas, dando, cada vez mais, passos significativos na ampliação da capacidade de investimento e fortalecimento da agricultura familiar. Prova disso são os R$ 16 bilhões do Plano, a assistência técnica direcionada para ampliação e para qualificação das políticas públicas visando o desenvolvimento sustentável, a comercialização ampliada fortalecendo os programas que já existem e a grande novidade que é conquista do Programa de Preços Mínimos para Agricultura Familiar, assim como o Seguro Ampliado da Agricultura Familiar (SEAF) que proporciona cada vez mais segurança para quem produz.

Não tenho dúvida de que a agricultura familiar é um importante instrumento de inclusão social e produtiva e por isso esperamos que as medidas do Programa Brasil Sem Miséria contribuam para a erradicação da fome e da pobreza que ainda existem no campo.

Nesse momento é importante também lembrar que a FETRAF completa 10 anos de construção de habitações para rural e estamos comemorando essa grande conquista de vida digna no campo.

É preciso cada vez mais pensarmos em elaborar políticas levando em conta todas as diferenças e diversidades apresentadas. A Região Sul, por exemplo, local de muitas experiências que se espalham cada vez mais para o Brasil. A região Norte com todas as riquezas naturais e um povo que produz e preserva mas que ainda convive com a violência e a impunidade. É preciso pensar num Brasil que tem um Nordeste de povo guerreiro, de povo lutador, mas que carrega nas costas o preconceito de que não tem capacidade de organização e produção. É preciso enfrentar os problemas do Centro-Sul, de um povo que luta a cada dia para conter o avanço da monocultura e faz o enfrentamento com as grandes empresas na pela reforma agrária. Lutar nesse país pelo acesso à terra, é lutar pelo combate à fome e combate à pobreza.

Avançamos muito, mas é preciso considerar os desafios do acesso à tecnologia adaptada e à pesquisa voltadas para a superação dos problemas de produção e inovação do modelo de desenvolvimento. A agregação de valor, a industrialização dos nossos produtos, significa renda. Precisamos avançar no Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) para de fato demandar todos os recursos disponíveis para a agricultura familiar como no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Nossa expectativa para o próximo período, é ter um mundo rural brasileiro com gente e implementar um desenvolvimento focado no respeito ao meio ambiente, com políticas públicas e legislação adequada. Que pense no futuro da propriedade, na juventude que está no meio rural, na expectativa de que ela continue no campo vivendo com qualidade.

Às mulheres, cuja mão de obra é importante na produção familiar, que desempenham jornada de trabalho cada vez mais forte. Nosso esforço consiste em fazer com que as nossas iniciativas, os créditos e as políticas de gênero sejam menos tímidas e avancem mais.

Pois é com alegria, coragem e esperança que lutamos por um projeto de sociedade, objetivando a implantação do desenvolvimento sustentável, com produção saudável. Isso é pensar na vida, pensar no planeta.

Vale a pena lembrar que a agricultura familiar são as mãos que alimentam a nação e quem não vive dela, depende dela para viver.

Viva a Agricultura Familiar!

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